No que se deu a imaginação, a ânsia do isolamento, a fuga da verdade e o medo do amor? Incoerências.
É incoerente que uma pessoa seja as duas coisas simultaneamente, como também, é incoerente que os sentimentos sejam a todo tempo, bipartidários. A praticidade demanda um eixo, somente um!
Com aquarela, é sistematicamente delineado um espaço de pertencimento à sua categoria, queira o introspectivo encaixe-se nela ou não. Assim, não se dá a relevância às suas multifacetas, pequenas particularidades e excentricidades. É, de fato, o paralelo de uma única cura à uma nação, a terceirização do pertencimento particular na sociedade, a redução do Ego pelo Superego.
No fim, se dá razão àqueles que a sanidade aparenta ser externalizada com mais eficiência; aqueles que admitem, por si próprios, serem os donos do Ego superior, os reis dos portões de ouro. O resto, no entanto, são supervisores que legitimam o poder dos outros e, é claro, os de si mesmos.
O que se torna de nós? Como isto nos afeta? É, no fim, uma morte de nós mesmos. Uma morte de toda a capacidade de ação autêntica e do ato de desvencilhar dos medos, da libertação das emoções.
É, justamente, a desistência de si, a legitimação dada a quem nos permite viver nas margens interiores aos portões, é a submissão.
No entanto, onde se encaixa o amor? Quando a mente é deturpada por uma realidade fixa, que lhe causa angústias, pedaços que há de ficarem armazenados no local incorreto. Talvez o amor seja a cura, ou talvez não. Pode, no entanto, ser uma esperança, exatamente por ter a habilidade de evocar um mosaico de emoções. Talvez o oposto da morte não seja precisamente a vida, e sim, o amor, por si, pelo outro, de outros.
Em cacos, a liberdade para amar e “desamar” é o escândalo íntimo da alma e o fogo modulador; é o que eu quero ser, a cada vez, em uma melhor versão.
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