Grita por baixo da pele que repercute as tuas ondas vocais. Em ricochete voltam a ti os teus rugidos do alto da montanha em que te encontras. Saberás qual é.
Olha para baixo e cai na vertigem em que tropeças por descuido inocente.
Sente o volume de ar que ampara e intensifica essa queda correr-te entre os dedos.
Aterra no palco em que te imaginaste a solo, desbravando a crueldade de quem te adivinha as fraquezas.
Olha para o alto, só para veres de onde vieste e não encontres nada do que conheces, tudo te pareça diferente.
Sente a tontura de não te saberes dentro do couro que te cobre o esqueleto. Nada disso é teu
Perde o rasto de ti.
Procura, não pode estar longe. Afinal, só te deslocaste entre aquilo que eras no cimo daquela montanha e a sombra disso que se estendeu cá em baixo.
Sossega por um momento, trazes os ecos do que procuras algures aí dentro. Sossega e acabarás por escutá-los.
O silêncio traz-te a folia que tentaste calar, entre gritos, lá em cima.
Gritas novamente para que tudo silencie e regressas à montanha que tão bem conheces. Em ricochete voltam a ti os teus uivos do alto desse espaço percorrido.
Olhas para baixo e
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