Não somos bem amor.
Ele gosta de chamar-me pelo nome e contar-me sobre o dia dele.
Eu gosto de me levantar cedo, às vezes às horas a que ele se deita para dormir.
É para ele que ligo quando sou eu a deitar-me tarde.
Com ele, não sei discutir.
Sei ouvir, fico sentada ali e quero absorver tudo.
Não pressiono, só espero saber um pouco mais.
Ser um pouco mais.
Nunca o digo em voz alta, mas às vezes penso nele antes de dormir.
Às vezes não vou dormir logo, mas ele também não liga.
É estranho como não quero mais nada.
Basta-me estar perto, ouvir a voz dele.
Saber que se vai sentar comigo um pouco e que me vai dar o lugar de dentro do passeio.
Fico tímida e não sou bem eu.
Estou a pairar por uns instantes, e quero ficar irritada, gritar-lhe mas não sou assim.
Esta presença basta-me.
É mais platónico do que poético.
É mais privado do que prosa.
Mas é muito menos.
Afinal, não somos bem amor.
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