Uma carta de amor nunca antes escrita, ao meu Rafa e à minha Luana
- Catarina Rodrigues
- Apr 15
- 2 min read
4 de março
Uma carta de amor nunca antes escrita, ao meu Rafa e à minha Luana
Há momentos em que o tempo para e abranda, enquanto eu faço o meu religioso caminho até aos braços do meu querido padrinho, que me deixa envolver no pequeno conforto (que foi crescendo ao longo do tempo) dos seus braços. Um calor humano que dura meros segundos, mas que me tira anos de desconforto, uma pequena rotina que não sei se estou pronta para deixar ir.
Assim como duvido demasiadas vezes de quando passará a ser normal deixar de ouvir as insaciáveis histórias que abafam as vozes do caos do nosso bar com a doce e terna voz da pessoa que sempre conheci, e que agora também é casa.
Quando deixará de ser normal, ouvir a minha madrinha chegar e saber naquele momento que as próximas três horas não serão de aulas, mas sim, do pleno convívio reconfortante que ela sempre traz consigo e me diverte, enquanto eu, a deixo falar e tento aprender um pouco da sua essência para poder levar comigo para casa?
Encontro-me algumas vezes, talvez demasiadas vezes, a pensar na forma díspar que estes dois seres têm de agir e viver que me reconforta, estranhamente, da mesma forma.
Por vezes, encontro-me a observar o jeitinho peculiar que o meu padrinho tem de interagir com os outros, ou então o seu modo pleno de agir quando está verdadeiramente confortável.
Assim como, às vezes me deixo aquecer pelo toque quente e amoroso da minha doce madrinha, que em nada tem medo de mostrar carinho. Ou então, deixo-me vibrar e dissolver em risos quando a ouço do outro lado da linha a contar das mais célebres histórias de amor fracassado.
O que mais se pode dizer destas duas pessoas que tão rapidamente se moldaram no meu pequeno mosaico de personalidade? Que me deixaram ter uma voz no grande mundo deles e que me deixaram florescer sem questionar muitas vezes o que andava a fazer?
Que algumas vezes, foram ouvidos das minhas inúmeras incoerências e quando, mesmo que não entendessem, tantas vezes me tiraram aflições das costas?
O que há mais a dizer quando me deito agora nesta cama e penso que no próximo ano não os vou ver com tanta frequência? Quando sei que por um facto que para o ano, os caloiros não vão ter nem metade da sorte que eu tive por conhecer estes dois que tanto me deram em tão, mas tão pouco tempo.
E a verdade é que estes pequenos anseios, estes pequenos devaneios, não passam se não de pequenas preocupações que vêm deste amor e admiração que tenho por estes dois pequenos grandes seres, destes finalistas por quem muitas vezes anseio e desejo ter por perto.
E aconteça o que acontecer, sei que não será uma licenciatura que fará com que esta sensação incessante dentro deste meu pequeno coração, que fará com que estes laços de ouro se desvaneçam da minha mente.
À minha Lu e ao meu Rafa, que para além de padrinhos, são meus amigos.
Obrigada por darem o mundo até agora… e obrigada por saberem que continuarei a ser a pequena grande peste das vossas vidas.
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