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27 de setembro (sexta-feira)

Não me sinto muito bem, ontem literalmente não conseguia sair de casa porque estava a chover. Nem sequer é a altura do ano para eu me estar já a sentir assim. Na verdade não me devia sentir assim e pronto. Estava só a pensar como nós nos conformamos com a ideia de não estarmos bem. Como se ansiedade e a tristeza fossem crónicas ou se só pudessem ser minimizadas com paliativos. Às vezes esquecemo-nos como a vida não é sempre assim, como não tem de ser sempre assim. Por vezes é só mais um dia da semana e não temos de nos sentir como se de um domingo à noite se tratasse. Aquela sensação de que o fim de semana foi perfeito e quente, aquela sensação de conforto e de que temos tudo sobre controlo debaixo das nossas cobertas… e depois, o sol já se pôs e já escureceu, dali a pouco vão-nos chamar para jantar e aquele buraquinho no nosso peito não se quer calar, amanhã é segunda-feira e há toda uma rotina a enfrentar (longe deste conforto do quarto e do diário). Para mim, é como se todos os dias agora fossem um domingo à noite, como se houvesse sempre algo duro por enfrentar no dia que se segue, quando acordar pela manhã.


Não espero entender exatamente porquê, mas estou tão triste, deixei-me ficar nesta situação, enquanto tentava fugir do coração partido, sou tão empática, e prometo constantemente que vou mudar a minha vida. Mas isto está tudo a foder a minha cabeça e não espero que entendam, mas não me sinto pronta, não para o início da semana. Coloquei-me nesta situação e agora não posso fugir, tenho de salvar o meu fôlego e a minha energia para algo melhor, para eu própria melhorar. Só porque o dia se parece com um domingo, não faz com que seja.


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