“Quando amanhã não voltares”
Senta-te ao meu lado e sorri,
Prometo não te olhar nos olhos...
Olha em frente e pergunta como estou,
Prometo mentir na resposta.
Ri devagar e fica envergonhado,
Prometo ser eu a levar a conversa.
Fala sobre tudo o que não importa,
Prometo fingir o interesse.
Conta-me aquilo que não quero saber,
Prometo não perguntar mais nada.
Brinca como fazíamos dantes,
Prometo não sentir saudades.
Irrita-me como só tu sabes,
Prometo virar furacão por um segundo.
Solta uma gargalhada e sorri,
Prometo acreditar que foi verdadeiro.
Finge que não queríamos ser sinceros,
Prometo não insistir contigo.
Pede desculpa mais uma vez,
Prometo ignorar a minha intuição.
Depois levanta-te, sorri, e desaparece...
Prometo não esperar que voltes.
Mas quando amanhã voltares,
E eu já não me importar;
Quando todos os outros forem,
E eu tiver ficado apesar de tudo...
Talvez nunca mais queira sentir o teu cheiro,
E talvez não mais queira juntar as nossas vozes...
Quando acordares e olhares em volta,
E perceberes que estive sempre lá…
Quando finalmente te olhar nos olhos,
E tu já não quiseres desviar o olhar...
Talvez eu não queira mais que voltes.
Talvez nunca mais vá ter saudades.
“Os espinhos da rosa”
Magoaste-me como a água magoa o fogo...
Devagar desfizeste o que construímos.
Brincaste comigo como se um jogo fosse,
E de um dia para o outro, já não rimos.
Arrancaste a primeira página do livro
Que pouco a pouco íamos escrevendo.
Apagaste uma parte escondida de mim,
Que agora sinto que não mais voltará.
Dizias que as rosas têm espinhos,
E que é bom picarmo-nos.
Mas como poderei eu saber,
Se nunca me deste um ramo?
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