estuda. tira boas notas. orgulha-nos.
não sais da cama, levanta-te.
atinge o máximo do teu potencial,
procura melhorar-te todos os dias.
queres? faz por isso.
correu-te mal, estudaste o suficiente?
estás focado em tudo menos no importante,
nada de isso te traz um emprego.
quando é que começas a levar as coisas mais a sério?
parece que já não queres saber da faculdade
fazes muitas coisas porque queres
sentes-te exausto, mas com que legitimidade?
precisas de dinheiro? vai trabalhar.
estás cansado, ai eu com a tua idade...
vá são só 4 horinhas, nada de mais,
e não te esqueças das leituras,
essas sim vão te ser úteis para o futuro
no papel achas-te incrível mas na realidade
não és mais que medíocre.
porque é que te pensaste especial
se não passas de uma pessoa normal?
quando chega o dia em que enfrentas a realidade,
quando paras de carregar o mundo às costas
e ages como as pessoas da tua idade?
não interessa o que faças,
só não podes ser só mais um
já te disse, só sendo o melhor,
ou isso ou não és nenhum.
já viste como estás, tens de fazer desporto.
o treino é a quantos quilómetros?
desculpa, que sítio fora de mão.
não é normal tomares essa decisão.
quando rebenta a bolha da expectativa?
para de esperar, começa a viver.
tens em ti toda a criatividade do mundo
mas nem uma letra consegues escrever.
pensas-te incapaz mas só não te permites.
vives num mundo de impressões alheias
e deixas que te imponham limites.
permite-te viver.
solta a corda que te prende,
deixa-te levar,
para de pensar no “que seria” e vê “o que será”.
começa a aproveitar o dia e o que ele te traz.
para de correr e aproveita a corrida à tua frente.
vai a passo lento, de vez em quando,
só aproveitando o ar fresco vais acalmar a tua mente.
para de sobreviver e constrói a tua vida.
não paras de pensar no que vão dizer,
mas até lá já eles falaram e tu nada de escrever,
até lá já te arderam e ainda não aprendeste a viver.
deixa aquela cadeira para trás.
trabalha menos horas.
senta-te, finalmente, numa esplanada,
de cigarro numa mão e livro na outra.
quando a ordem perde a sua beleza
e se torna rotineira, pesada,
prometo que é okay ficar na cama.
estamos tão focados na chuva forte
e na trovoada feia e barulhenta,
que nos esquecemos de agradecer
à manta que nos envolve no conforto da tempestade.
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