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Mariana Carvalho

zona de conforto

Desde pequena que gosto de escrever e, desde então, que me dizem que sou boa nisso, mas mesmo assim, faço-o poucas vezes. Normalmente, faço-o só para mim, quase como se fosse terapia. Acho que não o faço tantas vezes como gostava porque sinto que escrever torna as coisas reais. Se escrevi algo que estou a sentir, então isso torna-se real e definitivo, não posso negá-lo mais. Não posso fingir que não dói ou que não me deixa triste. É por isso que para mim, escrever é das coisas mais assustadoras que há.


Mas, é também necessário. Precisamos de nos fazer ouvir, porque quem sabe, pode ser que esteja lá alguém para o fazer. A verdade é que procuramos nas palavras dos outros respostas, uma explicação, um amigo, preencher um vazio que nem sabemos bem o que é. E, porque faz bem, talvez à alma ou a algo do género. Talvez seja por isso que decidi arriscar, sair da minha zona de conforto, porque se escrever já é assustador, então mostrar às pessoas aquilo que nos vai na cabeça é ainda mais.


Há sempre tantas dúvidas - Será que está bom o suficiente? Será que as pessoas vão gostar? Será que vão sequer querer saber? Mas, sair da zona de conforto é necessário. Assustador, mas necessário (tal como escrever). Preciso de parar de dizer que quero escrever e começar a fazê-lo, pegar numa caneta e ver onde me leva, tal como estou a fazer agora.


A escrita sempre foi algo que me fez sentir vulnerável, por isso quero aproveitar esta oportunidade e encontrar um sítio onde possa ser vulnerável sem ter tanto medo (porque ser vulnerável é, também, por vezes, necessário) e aproveitar esse medo para inspiração.


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