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- For those who stay
Grief is insane; it’s a feeling only those who experience it can explain. It’s knowing you will never see someone again but still looking for them everywhere—in music, movies, tv shows, books, places, parties, and within yourself. It’s trying to keep a flame alive that you know will go out; in fact, it went out a long time ago. It’s accepting how indifferent we are and how short life is. It’s looking back and realizing all the things you could have done but didn’t. But that’s normal grief. Grief from suicide is different. Grief from suicide is trying to find where you went wrong. It’s seeing that your best friend chose to leave and didn’t give you a chance to help. Didn’t give you a chance to say how much you loved them. Didn’t give you a chance to show how much life is worth living, how much THEY are worth. Grief from suicide is looking at life with despair, thinking that at any moment someone might choose to leave you, and there’s nothing you can do about it. It’s thinking: where did I go wrong? How did I not notice? How did I not see that something was wrong that day? How do I overcome being the last person to talk to him and still not having saved him? How do I overcome being the one to tell your best friend’s parents that their son died and that you couldn’t do anything? How do you understand that you were not there when he needed you the most? For those who stay, it’s not your fault. You did what you could. Stop blaming yourself. I know you will start clinging to your phone, always waiting for bad news. I know you will develop empathy for everyone and learn to look at others with different eyes. I know you won’t want to talk about your feelings to avoid making anyone uncomfortable but at the same time hope someone asks so you can lift a weight off yourself. I know you will be ghosted by someone and always wonder what you did, what you could have done, and always want closure. Because one of the worst feelings is trying to talk to someone and they don’t respond. It’s that trigger taking you back to all the “please answer me,” “please answer the phone,” “I love you, don’t leave me” moments and never getting an answer back… because he was already gone. It’s the feeling of preferring to be insulted and humiliated rather than ignored. And that’s something you won’t tell people, because you don’t want anyone to think you’re weak or needy. In fact, you just want to be able to breathe in peace. I know you will put on the armor of a strong person, but deep down you’re not. You’ll say you’re okay but you’re not. Or maybe you are and you don’t know. Who am I to say? Perhaps in another life, I could have changed what happened; perhaps I couldn’t. Perhaps I would have looked at my phone 5 minutes earlier and would have been able to call him in time; perhaps he wouldn’t have answered anyway. What I know I would have changed was making sure he knew how much I loved him and how much I would miss him. If heaven truly exists, I think he knows that already. But for those who stay, stop blaming yourself. You couldn’t have known and there was nothing you could do. Stop thinking about what could’ve happened and move on. For those who stay, have empathy for others, because if you don’t even know what’s going on in your own best friend’s mind, imagine with strangers. For those who stay, you don’t know how much tiny actions impact people in a good or bad way, be kind. For those who stay, say you love who you love because you’ll never know when it will be the last time. But above all, for those who stay, love yourself and know that someone loves you, ask for help, talk, allow yourself to feel, and be kind to yourself. You’re stronger than you think. Life is hard, but it is worth living.
- Papel branco
Papel branco mal te vejo, Mas sinto esta necessidade, De te preencher plenamente. Com as minhas palavras, apenas palavras Não sei ainda a história que te vou contar. Sei apenas que és o meu grande confidente E que esperas que te complete pacientemente Trago te comigo porque nunca desiludes. E eu já cai tantas vezes, Bati mesmo no fundo Da solidão inerente do mundo Mas Foste tu a minha salvação, Desvendaste me o teu poder, Ouvi a tua melodia como se fosses uma canção, E guiaste me de volta ao meu ser As pessoas menosprezam te, amigo, Mas eu nunca faria tal atrocidade, Só vivo se viver contigo Tu és quem eu sou de verdade
- Sonhos de Menino IV
Hoje, sonhei que estava num videojogo onde podia voltar atrás no tempo usando saves. Estava numa festa à noite e era o Walter White, acho eu. Acabei por aperceber-me que o jogo era uma forma secreta de me punir, porque nunca conseguia ganhar: inevitavelmente mamava uma de três raparigas, mas só mamei duas porque só joguei duas vezes. Com uma, fomos ao jardim das traseiras da casa da festa, e ela transformou-se num monstro sem olhos e um sorriso demasiado grande, com a cara coberta de sangue. Com a outra, fomos a uma casa de banho mas ela transformou-se num blob deformado. Ambas me tentaram matar. Hoje, sonhei que matei o meu bebé mas foi nos sims. Atirei-o para a frente de um carro. Ele estava coberto de sangue, então eu meio que me esqueci que não estava nos sims e achei mesmo que tinha morto o meu filho, logo, a minha culpa imensa compeliu-me a procurar esconder o corpo de forma subtil. Liguei ao ******, que estava a fazer um podcast qualquer conservador. Ele sugeriu-me contactar um amigo comum nosso, que era serial killer, e, logo, teria experiência. Também contei à ********, mas por essa altura já tinha ultrapassado a culpa e estava a fazer piadas sobre o assunto. Ela ficou chateada comigo por algum motivo. Depois lembrei-me que só matei o bebé no jogo e não na vida real e fiquei muito aliviado. Isto tudo passou-se ao pé de um castelo à beira mar entre falésias. Hoje, sonhei que estava num planeta que parecia a lua, mas com grandes escavações que lhe abriam ravinas e cavernas no solo. Numa destas cavernas, encontrei várias pessoas, incluindo os meus pais e alguns amigos, e velhas da igreja. Uma das pessoas que não conhecia era um rapaz meio cromo, e quando estas pessoas foram almoçar na caverna lunar, sentei-me ao lado dele. Ele deu-me de provar uma comida qualquer e limonada, e explicou-me que fazia remo. No entanto, neste mundo do sonho, nesta versão de remo o objetivo era dar com o remo nos oponentes até toda a gente menos tu terem caído à água. O rapaz era sarcástico mas fofo e rapidamente ganhei um fraquinho. Ele também. Houve um momento em que ambos começamos a sorrir feitos parvos e ele disse "oh shiiiiit". Quando o almoço acabou, estava de volta à cozinha de minha casa, as pessoas indo embora. Ele despediu-se de mim à frente dos meus pais. Ele perguntou "beijinho?". Eu dei-lhe um no canto da boca. Depois acordei. Hoje, sonhei que estava numa casa qualquer e tive de atravessar com uma criança uma sala pantanosa com três crocodilos. Ao início correu bem, enganei os crocodilos para se atacarem entre si e dois deles morderam o outro até ele estar feito em papa, sangue por todo o lado. Mas depois, não consegui manter a criança longe dos crocodilos e isso também lhe aconteceu a ela. Quando saí da sala as pessoas estavam a chorar imenso e a culpar-me. Acho que os meus pais também lá estavam. Depois, estava numa festa de funk a dançar sentado numa cadeira com as pernas à volta de uma rapariga. Foi giro.
- Esta é uma história de amor.
Esta é uma história de amor. Talvez das mais banais de todas. É uma daquelas que não tem um final feliz, mas que nos calha a todos - a história do amor não correspondido. A história que não tem vários capítulos, porque parece que todas as páginas são iguais - és tu a rir e eu a olhar. Simplesmente a olhar. Sou eu a analisar todas as nossas interações e a fabricar cenários que nunca vão acontecer, a cair ainda mais com cada piada e a derreter em cada sorriso partilhado. Sou eu a tentar seguir em frente, a tentar convencer-me que não vale a pena, de que isto não faz sentido nenhum, e depois és tu a rir e, de repente, nada precisa de fazer sentido. Sou eu a ver-te passar e a não conseguir desviar o olhar, são todos os outros rapazes a tornarem-se barulho de fundo e todas as outras conversas a diluir. Sou eu a escrever poemas e cartas de amor que tu nunca vais ler, porque eu nunca as vou mostrar - o medo de tu saberes e dizeres que não aparenta ser mais forte do que a ínfima chance de tu concordares em cair comigo. Sou eu a perder-me no teu ser e a já não me saber procurar - porque nada aconteceu e não vai acontecer, mas então porque é que parece que demos a volta ao mundo juntos? E as páginas vão passando e a história continua a ser a mesma - tu a rir e eu a olhar. Simplesmente a olhar. É a história de amor mais banal. É a história de amor mais triste. E tu nem a conheces…
- O fogo efémero
Vivemos a vida a correr contra o tempo. Falamos, andamos, escrevemos e dormimos como se estivéssemos sempre com falta de tempo, como se a qualquer momento esse relógio cujos ponteiros se mexem vagarosamente ao longo da vida explodissem amanhã e o relógio simplesmente deixasse de funcionar e nunca mais nos conseguíssemos mexer. Mas ao corrermos contra ao tempo, abdicamos da degustação dos seus sabores, não o tratando como o luxo que ele é. Há quem diga que correr contra o tempo é reconhecer exatamente essa delicadeza e luxuria que é ter tempo. Se temos tempo, devemos preenchê-lo ao máximo, viver ao máximo, fazer tudo o que conseguimos dentro das limitadas 24 horas que o nosso pequeno dia tem. Assim, segundo esses maratonistas, é que se vive realmente. Mas, de repente, um dia estamos livres por um momento e encontramo-nos diante do espelho. Os nossos olhos estão carregados de círculos negros por baixo, talvez tenhamos perdido ou ganho excessivamente peso sem sequer nos apercebermos no meio da ânsia de viver, as rugas da nossa cara estão mais acentuadas, já não sorrimos da mesma maneira, o brilho da ambição que rugia fortemente nos nossos olhos agora apenas uma pequena brasa. O fogo ardeu vivamente e agora já não tem como se sustentar, já não tem combustível para reacender essa chama que vive dentro de nós. Tudo porque deixamos o fogo arder demasiado forte até que ele se apagou e apenas nos restou a memória da sua glória. Já não corremos contra o tempo, agora vagueamos nele. Perdeu-se o sentido, perdeu-se a causa. A causa é antiga, já não se mantém. O sentido é outro, já não o conhecemos. E agora que andamos, andamos em linhas incertas, linhas que não têm um princípio ou um fim, na esperança de encontrarmos de novo o fio condutor, o rastilho que vai reacender de novo o fogo que pode voltar a arder em nós. Mas para tal, para que o fogo continue a arder, é preciso cuidar dele, amá-lo, apreciá-lo, não o tomar como um dado adquirido. Esse fogo é efémero, tal como a vida é efémera, as relações são efémeras e nós somos efémeros porque a grande condição da existência humana é a sua efemeridade. Então se é efémero, há que fazê-lo durar o máximo possível, para que se possa olhar para trás um dia, quando as pernas pesarem, as pálpebras estiverem a fechar, o ar já for pouco e a vontade já não for existente, e poder dizer com toda a certeza e clareza do mundo, num último suspiro: eu vivi.
- Sou o futuro da nova, mas… também sou uma quota
Não que queira ser intriguista ou até “confusionista”, mas de facto ironia e hipocrisia rondam nesta faculdade com a mesma facilidade que eu tenho em cravar um cigarro. Não digo que eu mesma não tenha cometido as minhas próprias atrocidades, até diria que eu própria sou a rainha para exceder limites e zonas de conforto. No entanto, não posso ser ignorante a coisas, que antes não me incomodavam, e que agora, apenas me deixam alerta de como aquilo que de facto é minoria em Portugal, para muitos acaba por ser a maioria. E digo, não no sentido de querer ser uma voz que sofre isto todos os dias, mas sim como uma pessoa que sempre esteve no meio dos dois mundos. Como uma pessoa que nunca foi branca o suficiente para ter a voz e os privilégios que esse grupo tem e nem negra o suficiente para que possa ser a porta-voz dos verdadeiros sofrimentos e injustiças que o outro grupo sofre. Até porque, esta nuance de pertencer ao meio desta fronteira entre os dois lados, acaba por mudar consoante o ambiente em que me deparo, mas uma coisa é certa, pelo menos nesta questão de me sentir integrada e de me sentir valorizada nunca foi posta em causa na minha terra, mas nesta, que também é minha por direito e nesta faculdade que, agora, também faz parte de mim, a história começa a ser outra. Não digo que haja uma deficiência de noção porque de facto não há, mas diria que há uma deficiência de consciência. Consciência de que ao tentar evidenciar algo que já existe (e que permanece de forma orgânica) num modo totalmente artificial, acaba por, pelo menos para a minha pessoa, desvalorizar e arrisco em dizer desrespeitar um grande número de pessoas que em primeiro lugar nunca se sentiram inferiores. Nunca imaginei que algum dia fosse sentir um tamanho desdém em ouvir pessoas perguntar se há ou não alunos PALOP (países africanos de língua oficial portuguesa) e automaticamente sentir os seus olhos em cima de mim como se esperando que eu me denuncie como não portuguesa, o que por sinal, não é verdade, nem mentira, sou os dois e não espero que me discriminem ou se iludam com essa ideia só por não parecer a típica capa daquilo a que chamam português. Ou então a típica piada que é saber que ainda existem pessoas que se agarram e idolatram estas “minorias”. E que sentem uma “enorme” afinidade e compaixão pelas mesmas, mas lamento informar aos caros senhores doutores e doutoras que quem transporta desta “excessiva” empatia por nós, “minorias”, não passa se não acima de tudo, de um pobre coitado que não tem noção do próprio mundo que o rodeia. E a justificação para isto encontra-se nesta ignorância, nesta falta de conhecimento e esta possível curiosidade de querer conhecer e de não entender, por isso, realmente como é que as coisas funcionam. E daí surgirem questões como esta, que até podem incomodar e que eu até tento relativizar, mas como disse sou pessoa e até estes pequenos assuntos que geralmente não incomodam…às vezes incomodam. E compreendo que talvez haja uma falta de conhecimento e que haja esta constante necessidade de mostrar ao mundo a evolução e reconhecimento que por hoje passamos, mas apesar de tudo isso ser de facto verdade, não vejo, sinceramente, a urgência de ter de provar alguma coisa. Para quê provar algo que já existe, algo que a maioria não diferencia? Então, Querida nova, obrigado por me fazeres o teu futuro, mas por favor não me faças de mais uma quota…
- Catarse artística
Procurei por ti no dicionário. Significas “purificação emocional” ou “purificação das almas através de uma descarga emocional”. Tão puro, tão banal, tão ridículo. Acrescentei-te a arte ao nome e fiz de ti a minha caixa de Pandora. [ Estou a mentir. Aristóteles encontrou-a muito antes de mim, definiu-a como “a libertação das emoções através da tragédia” e escravizou Édipo como prova. Shakespeare seguiu-lhe os exemplos e matou Romeu e Julieta, na tentativa de causar todo um exorcismo coletivo na Humanidade ]. É como se houvesse constantemente algo dentro de mim que não quer falar nem calar, não quer traduzir, não quer sair. E basta uma aparição tua, por muito curta ou ténue que seja, para esse algo abstrato passar a ser real. Seria justo personificar-te. Mais do que justo. Dizer-te que tu e a vida são um só. Sim, seria justo. És das criações mais puras de Deus, és o filho da intervenção divina, és império, igreja, mesquita, capela. [ A catarse religiosa define-se como a libertação de todos os pecados e a comunhão com Deus. Confesso que a minha veia anti-Cristo pensa que é um conceito de propaganda religiosa ] Existes na religião, na literatura, na música e em tudo o que há de puro e de impuro. Não existe catarse sem arte, nem existe arte sem catarse. Deus faz o Homem, o Homem faz a Arte, a Arte faz a Vida. Pergunto-me se serás tudo o que tenho - tu e a depressão artística que anda de mão dada contigo. Não existem traduções suficientes para ti - longe de mim pensar que sei traduzir o que quer que seja. Mas, se mo permitires fazê-lo, definir-te-ei assim: és apocalipse e rendição, destróis e aniquilas enquanto eu assisto e digo “quero mais”. És a fuga e tortura de quem sente e o sonho de quem não sente. Faremos da vida a nossa divina comédia, inventaremos o inferno, o purgatório e o paraíso, como Dante assim quis. Arruinaste-me a vida. E ainda assim dedico-a a ti.
- Dar Voz aos Estudantes - Mesa da Assembleia Geral
Jur.nal - O que faz a Mesa da Assembleia Geral? MAG - Preside as reuniões da Assembleia Geral, órgão deliberativo máximo da NLSU – artigo 17º/3, Estatutos; As suas competências, presentes no artigo 24º, número 1 dos Estatutos, passam por: a) Dirigir os trabalhos da AG (…); b) Fiscalizar a conformidade e legalidade das moções e documentos propostos em AG; c) Verificar a existência de quórum no início da AG; d) Redigir e assinar as propostas de ata de cada AG divulgando as decisões tomadas, afixando-as num prazo máximo de 10 dias e levando-as a aprovação na AG seguinte. e) Assumir as funções de comissão diretiva interina, em caso de demissão da direção da AEFDUNL e sua recusa em assegurar o funcionamento da AEFDUNL até novas eleições; f) Dar posse aos novos corpos eleitos; g) Constituir a Comissão Eleitoral, nos termos do Artigo 54.º, até 15 dias antes do final do mandato (presidida pelo Presidente da MAG e Comissão esta que compõe a mesa de voto – artigo 67º); h) Marcar o período eleitoral para os órgãos sociais da AEFDUNL. A AG pode assumir a forma de: a) Ordinária, convocada com um mínimo de 7 dias de antecedência + nas situações previstas no artigo 20º, número 2, Estatutos (apreciação e votação do Plano de Atividades, do Relatório de Atividades, do Orçamento, do Relatório de Contas, do Inventário e do Relatório de Gestão Patrimonial; bem como a alteração dos Estatutos da NLSU); b) Extraordinária, convocada com 48h de antecedência. Jur.nal - Como é composta a Mesa, e quais as funções de cada membro? MAG - Funções d@ Presidente: Presidir as AGs; Presidir a mesa de voto; Presidir a Comissão Eleitoral; Comunicação com os Núcleos Autónomos da NLSU, nomeadamente nas eleições dos mesmos. Funções d@ Vice-Presidente: Auxílio na organização documental; Presidir a mesa de voto na ausência do Presidente; Comunicação com os Núcleos Autónomos da NLSU, nomeadamente nas eleições dos mesmos; Presidir a AG aquando da falta do Presidente – artigo 24º, número 2. Funções d@ Secretária: Redação de atas das AGs; Comunicação com os Núcleos Autónomos da NLSU, nomeadamente nas eleições dos mesmos; Organização documental. Jur.nal - Como são eleitos? MAG - Na última quinzena de aulas do segundo semestre do ano letivo (artigo 60º, nº1, alínea b), a eleição da Mesa da AG é feita por sufrágio direto, secreto e universal, em boletins de voto distintos e através do método proporcional de Hondt, de acordo com os números 1 e 3 do artigo 63º dos Estatutos. Da eleição da Mesa da AG e do CF será composta uma lista completa com todos os membros candidatos, ainda que não eleitos, em conformidade com o método de Hondt, para suprir quaisquer eventuais demissões de acordo com essa mesma ordem (artigo 63º/4). O mandato da MAG tem a duração de um ano, tal como previsto no artigo 15º/1. Jur.nal - Como pode um aluno entrar em contacto com a Mesa e marcar uma AG? MAG - Entrar em contacto: Instagram (ag.novalaw.su), e-mail (ae.mesa.ag@novalaw.unl.pt) ou contacto direto connosco presencialmente. Para marcar uma AG: artigo 21º, número 3 - a AG é convocada sempre que a Mesa o entender e ainda sempre que tal seja requerido: Pela Direção da AEFDUNL; Pelo Conselho Fiscal; Pela Coordenação de pelo menos dois núcleos autónomos, por motivo relacionado com algum destes; Por um décimo dos seus membros, devidamente identificados em abaixo-assinado. Jur.nal - Olhando para os mandatos anteriores, que alterações gostariam de trazer no vosso? Por exemplo, consideram necessárias alterações na forma como as AGs são conduzidas ou publicitadas, de modo a aumentar a adesão estudantil? MAG - 1. Aumentar/Melhorar o contacto com os Núcleos Autónomos da AE; 2. Procurar dinamizar o Instagram da MAG de forma a aumentar a informação sobre as Assembleias Gerais e sobre a própria Mesa; 3. Compromisso com uma condução das AGs imparcial, de forma a dar voz a todos os estudantes sob iguais condições; 4. Em relação à publicitação das AGs, não prevemos nenhuma alteração substancial, apenas pretendemos manter a forma como têm sido convocadas, através do Instagram e, possivelmente, de forma simultânea, através do site da NLSU.
- Dar Voz aos Estudantes - Conselho Fiscal
Jur.nal - O que faz o Conselho Fiscal? CF - De uma forma simples, e de acordo com o artigo 41.º dos Estatutos da AEFDUNL, o Conselho Fiscal é o órgão fiscalizador da conformidade legal e estatutária dos atos associativos, cumprindo-lhe fiscalizar as atividades financeiras da Associação de Estudantes e dos seus respetivos núcleos, através da avaliação e aprovação dos orçamentos por eles elaborados, assim como do cumprimento dos mesmos. O Conselho Fiscal pode instaurar inquéritos sobre a atuação financeira e elaborar pareceres relativamente a questões financeiras, podendo rejeitar ou aceitar o levantamento das reservas. Outra das funções do Conselho Fiscal é a interpretação de artigos estatutários que possam trazer dúvidas. Pode, por fim, substituir a Assembleia Geral, de forma interina, em casos de exoneração ou impedimento da mesma. Grande parte destas funções é desempenhada através de pareceres escritos que, em concordância com o artigo 43.º dos Estatutos, podem ser solicitados ao Conselho Fiscal pelos órgãos sociais da AEFDNUL, 10% dos membros da AEFDUNL em baixo assinado; ou qualquer membro da AEFDUNL, conquanto o ato seja do seu interesse legítimo. Jur.nal - Como é composto o Conselho, e quais as funções de cada membro? CF - O Conselho Fiscal é composto por 3 membros: Presidente, Vice-presidente e Secretário. Apesar da tripartição, os membros acabam por trabalhar em conjunto, havendo poucas diferenças na deliberação e distribuição de tarefas. A diferença significativa reside no voto de qualidade que o Presidente terá em situações de impasse. Jur.nal - Como são eleitos? CF - A eleição para o Conselho Fiscal realiza-se na última quinzena de aulas do segundo semestre do ano letivo. A candidatura requer a apresentação de uma lista, previamente à eleição, na qual são discriminados os cargos a ocupar pelos candidatos e que tem de ser acompanhada por um documento com as assinaturas de, pelo menos, 10% dos estudantes da AEFDNUL. Além disso, cada candidatura tem ainda de definir uma letra para representar a respectiva lista, de acordo com o artigo 58.º dos Estatutos. O método de Hondt é o utilizado para eleger os candidatos, de acordo com o artigo 60.º e 63.º dos Estatutos. Este método tem bastante impacto quando haja mais do que uma lista, fazendo com que os seus membros sejam eleitos individualmente - a título de exemplo, é possível ser eleito como Presidente do Conselho Fiscal o Presidente da lista mais votada e eleito como Vice-presidente, o candidato de outra lista. Jur.nal - Como pode um aluno entrar em contacto com o Conselho e requerer a sua ajuda? CF - Um dos grandes objetivos do Conselho Fiscal é ser acessível, estando a disposição de todos os estudantes. É possível contactarem-nos através do nosso endereço de E-mail (ae.conselhofiscal@novalaw.unl.pt), da nossa página de Instagram (@cfnovalawsu) ou abordando qualquer um dos membros que constitui o órgão. A nossa ajuda versa sobre qualquer questão relativa à legalidade das ações da AE, dos respectivos núcleos e órgãos autónomos. Jur.nal - Olhando para os mandatos anteriores, que alterações gostariam de trazer no vosso? Têm propostas para aumentar a publicidade dos vossos pareceres? CF - Falando nos mandatos anteriores, temos como objetivo dar a conhecer à comunidade acadêmica o nosso papel e como funcionamos. Queremos que os estudantes sintam que não somos inacessíveis, desenvolvemos o nosso trabalho para os estudantes, assegurando os seus interesses e, por isso, queremos que sintam que podem contar sempre conosco. A nível de publicidade, iremos continuar a publicar os pareceres no Linketree e no Instagram, considerando que houve pareceres a atingir um número significativo de cliques (200). Jur.nal - Para os membros que compuseram o anterior Conselho, que grandes lições retiram para este novo mandato? Luís Lobo - Retirei grandes lições sobre o mandato anterior, principalmente no que diz respeito à diligência do CF e preparação para qualquer reviravolta e urgências que possam ocorrer. Beatriz Jesus - O que mais aprendi foi que, apesar de reconhecer desde o início a responsabilidade do cargo, as nossas escolhas enquanto membros deste órgão podem ter implicações reais, tanto no presente como no futuro, sendo crucial assumir estes cargos de forma séria. Jur.nal - Como é elaborado um parecer do Conselho Fiscal? Que considerações legais e estatutárias devem ter, e como as adaptam às realidades da faculdade? CF -A elaboração de pareceres provém de deliberações por parte de todos os integrantes, seguindo as disposições dos Estatutos e da Lei portuguesa. Em termos de adaptação às realidades da faculdade, e dado a algumas omissões que existem na Lei e nos Estatutos, tentamos procurar a decisão mais justa e mais adequada em representação de toda a comunidade académica. Este trabalho envolve a procura, pesquisa doutrinária, a análise de manuais e até consulta de professores ou outros especialistas, para que a resposta dada seja a mais adequada aos trâmites legais da lei portuguesa. No que toca a decisões e opiniões pessoais, são discutidas e votadas nas reuniões internas do órgão, onde são discutidos os pareceres e a sua execução.
- Writer, and his writing, funny hey?
Oh, to be a writer, fun hey? Not really…. Writing it's not a blessing and most certainly it's not some glory to be applauded or even desired. NO, to write is a need that moves humans to express themselves, through odd characters and misleading expressions. It’s a complete relief of the complexity that resides inside us and of what we surround ourselves with. It can be the transmission of hope, anger, anxiety, etc. With a pencil and a piece of paper, we are able to pock hearts and reach our biggest insecurities in life. For me, and in some way for Charles Bukowski, to be a writer is to surrender yourself to vulnerability. This is quite paradoxical, because with all your strength and power, without flinching for a single moment, you “just” choose to surrender. Not easy, hey? Some of us worship the writers who value the complexity of the ideas, form, and vocabulary. These writers have the ability to captivate our attention during their epiphanies. Others appreciate the writers that can make it “simple” whether in its vocabulary or even in its form. However, they have the power to make the most complex things in life into perceivable quotes (“We have so much to say, and we shall never say it”; Erich Maria Remarque, “All Quiet on the Western Front”)
- A writer's monologue for the commoner
The simplest burst of magnetic energy between the brain and the hands act like such greater anxiety had been built up inside, bundled with those incessant ticks that dangerously combined can make of you a writer. No greater pain was ever felt than the intrinsic inability of professing on paper the crumbled scenarios and discussions conjured by the mind. The human being cognitive abilities are not enough-are never enough-to follow the quick methodological touch of insanity- oh, our feelings and the lack of them, how vital they are for the production. It has never escaped a writer their emotions and the simultaneous lack of them. It’s a self-sabotage eternal route, a part of you dies and other ignites, always running back on time and getting stuck at the sweetest poison: nostalgia of the precocious child. Yes, a dangerous game is played between the maintenance of barely any sanity and the encounter of complete agony, the apex of when hands become the marvelous instruments of eternal fluidity. The need to write is so essential to existence that no longer life is possible without it. It’s undeniable that no commoner can sufficiently call themselves a writer without sacrificing a part of their being to do so. Writers are shameless, dirty, loud. Even in the most delicate heavenly fairytales there’re miscellaneous elements of an ordinary fragile human experience decorated with a ribbon on top. At last, the requirements to be, as brilliant writers such as Clarice Lispector have previously described with their experiences, as said by her: “When I’m not writing, I’m dead. It’s when I start writing again that I truly come alive.” If the willingness to commit is not within you, considering yourself a writer is one of the most condemned sins in a world full of mortal gods.
- Lembro-me que… Traçar da Capa 2024
Tiago Carretas Lembro-me da ânsia, lembro-me de esperar vastas horas para poder ter um momento a sós com os meus padrinhos e madrinha, lembro-me de jurar que não ia chorar e, poucas horas depois, de chorar sem parar enquanto falava com a minha madrinha. Lembro-me do orgulho nos olhos dos meus doutores, lembro-me da felicidade que senti em poder actuar com a Tuna, por fim, totalmente trajado. No fundo, lembro-me de tudo e de nada me esquecerei. Raquel Nunes Lembro-me de me sentir importante com o traje vestido pela primeira vez. Lembro-me de sentir o sabor a alho a noite toda por causa do tribunal... Mas, acima de tudo, lembro-me dos discursos, dos risos, das lágrimas e dos abraços naquela noite, que foi mágica. Foi aí que me senti oficialmente parte desta grande família. Aí entendi a saudade que vai deixar quando me for embora, e decidi aproveitar cada momento desta jornada como se fosse o último. António Subtil Lembro-me que o meu, no meu tempo, devastou-me. Ter-me-ia devastado perder o dela. É estranho, apropriar-nos da emoção alheia, não por empatia, mas no verdadeiro sentido de apropriar, dizer "o que sentes é também do meu direito". Talvez seja isso a que chamamos comunidade. Talvez seja a isso que chamamos família. Ela diz "eu queria ter feito um pedido a sério", com olhos de cachorro abandonado, e algo entre as costelas gane-me. Mas, pedido rústico feito, agora está tudo bem. Ponho-lhe as as mãos entre os caracóis rebeldes, e praticamos as palavras várias vezes pela tarde - padrinho, padrinho, padrinho. Afilhada, afilhada. Afilhada. Por ela, meus ossos e sangue, e sua agonia e alegria, e meu orgulho. Que orgulho, vê-la no meio, vitoriosa, e pensar "ESTA VITÓRIA É TAMBÉM MINHA, ESTA FILHA É MINHA" e ela dizer "padrinhos, amo-vos" eu badalo "OS MEUS SINOS DOBRAM POR TI". Que honra fazer parte deste pedaço de humanidade. Eva, 01100001 00100000 01100001 01110010 01110100 01100101 00100000 11000011 10101001 00100000 01110101 01101101 01100001 00100000 01100110 01101111 01110010 01101101 01100001 00100000 01100100 01100101 00100000 01100001 01101101 01101111 01110010 00101110 00100000 01101101 01101111 01110011 01110100 01110010 01100001 00101101 01101101 01100101 00100000 01101111 00100000 01110001 01110101 01100101 00100000 01100101 01110011 01100011 01110010 01100101 01110110 01100101 01110011 Beatriz Rodrigues Lembro-me de chegar no calor da tarde e da minha prioridade ser o nó da gravata da Raquel (sabe ela que aprendi a fazer nós para aquele propósito). Do pin do trevo da sorte e do bilhetinho fofo que me passou para a mão. Não, filha, a sorte é minha. Lembro-me dos pequenos momentos. Das piadas da Maria, dos olhares de riso trocados com o Kiko no tribunal, de ter mais uma irmã, de cantar com a Ana no relvado, do abraço do Bernardo durante a atuação da tuna, dos Favaius a ganhar o grupo do ano. Lembro-me de falar ao telemóvel com a Maki, e do áudio enviado às 3 da manhã. De lhe dar updates dos afilhados e de lhe dizer o quanto queria que ela estivesse ali - respondeu-me que a teria sempre a ela, que me traçaria a capa quando voltasse, que seria sempre a menina dela. Lembro-me de finalmente traçar a capa da Raquel. De lhe falar das partes mais bonitas da vida, das mais tristes, das que fazem a cabeça e o coração entrar em coma. Fiz questão de lhe assegurar que teria sempre um abraço para ela - para ela e para a Daniela - e de lhe repetir o quanto orgulhosa e agradecida estou por me terem escolhido como família. Confessou-me o porquê de o terem feito, que eu tinha feito algo que mais ninguém fez. Chegámos à conclusão de que é uma família com um legado muito específico a manter. Meu amor - meus amores. Amores da madrinha. Lembro-me do rolo de papel higiénico roubado da IMS. O segundo rolo de papel higiénico. De o dar ao António e de lhe pedir para me traçar a capa outra vez. Agradeci-lhe por todas as vezes em que me compreendeu e me deu as duas mãos quando mais precisei. Chamou-me corna, para variar. Chorei-lhe no ombro, para variar. Lembro-me do cansaço físico e emocional, da nostalgia, das dores, das saudades, de tudo o que ficou por dizer e fazer. De pensar que a noite acabaria e que não haveria dia seguinte, até alguém me dizer que o sol nasce sempre. No ano passado escrevi que tinha muito mais do que uma lágrima no canto do olho - foi algo que não mudou. Maria Leonor Baptista Lembro-me da dor de pés e do cansaço terem sido disfarçados quando me sentei para falar com a minha afilhada e quando fui traçar o meu afilhado, a primeira capa que tracei. Lembro-me de pensar que desejava ter 1/10 do impacto na vida daqueles dois seres humanos que os meus padrinhos têm na minha vida, desde o dia em que também eles traçaram a minha capa. Lembro-me do abraço apertado de amigos meus, pessoas que me são tanto, antes de ir para casa às 4 da manhã, com uma nostalgia estranha, uma sensação de feliz e triste ao mesmo tempo. Lembro-me de querer sentir isto mais vezes, de não ter dúvidas quanto a valer a pena o cansaço, as noites semi-dormidas, a preparação… porque, quando o meu afilhado estava com uma lágrima no canto do olho, soube que fiz algo bem. Sara Schurmann Lembro-me das lágrimas (entre sorrisos) que aquele relvado absorveu com cada discurso que ouvia das minhas madrinhas. Margarida Violante Lembro-me de achar que aquele era um dos dias mais bonitos que passei na faculdade. Lembro-me, acima de tudo, de me sentir grata pelas pessoas que ela me deu. Francisco de Jesus lembro-me de os ver comer os alhos, pela merda que fizeram ao longo do ano. lembro-me do brandão de quem os meus afilhados se esquivaram (para alguns, não foi por falta de tentativa…) lembro-me de ter dois padrinhos a traçar-me pela primeira vez, lágrimas nos seus olhos e nos meus. lembro-me de me emocionar com cada um dos meus meninos, findo o seu ano de caloiro. lembro-me da tristeza de os ver sair do ninho, e voar em direção ao mundo. Carolina Cardoso Lembro-me de me deitar na relva a ver as estrelas. Escoava de todos nós a tensão de momentos anteriores, apenas nos deixávamos aproveitar o momento. Ausentes de responsabilidade, à espera que cessasse a inércia do conforto. Tremia-me a voz ao cantar com a tuna. São incontáveis os nós que se formaram na minha garganta, que apertavam a cada nota tocada e palavra dita. As pessoas… as pessoas… Senti os meus olhos humedecer ao olhar para a Margarida, para a Mariana, para a Carolina e para a Mariló, que cantavam em uníssono, nas nossas vozes igualmente incertas e inseguras, cuja única certeza era a realidade da canção entoada e o quão profundo é cantá-la com todos nós. Lembro-me da Rita a adormecer de exaustão. Era tarde. Já muito se havia passado e nenhum de nós achava que aguentaria muito mais tempo com aquela intensidade. Sentei-me na minha capa. Alguém especial me disse naquela noite que eu era como o segundo Kinder Bueno que cai de uma máquina de vendas. Que se orgulhava e se revia em mim. A beleza da conexão humana não pode ser replicada por palavras. Fiquei feliz apenas por um trocar de olhares sincero, cansado, honesto, de mútuo entendimento. Os olhos grandes e molhados dela dizem mais do que todos os dialetos do mundo alguma vez poderiam expressar, e eu compreendo-a plenamente. Sempre compreendi e sempre irei. Obrigada por tudo. Nunca numa noite me senti tão vista. Afinal tudo o que se faz pelo simples facto de amar o amor e a humanidade não é em vão. Todas as lágrimas na cara da minha amiga e madrinha Matilde irão para sempre cristalizar em mim a visão de alguém que eu admiro, que me vê e não me acha indiferente. Que eu espero que sairá de cabeça erguida com as memórias deste traçar. O quanto eu implorei para não chorar embrulhada num abraço. Digo apenas que estou grata pelo fio de tempo que se emaranhou e juntou este bando aleatoriamente funcional na minha vida. São estas as pessoas que fazem Lisboa. Que fazem da minha vida um prazer e não um fardo de ser vivida. Que de alguma forma preencheram todas as lacunas da minha personalidade. Lembro-me que… nem preciso de me lembrar. Fecho os olhos e ainda hoje estou no relvado. Mello Lembro-me de correr para chegar a tempo. De me descansarem, porque claro que estava atrasado. Da Matilde meter tudo em ordem. Da Beatriz Moderno me pedir por pensos de unhas. Lembro-me tão bem da Moderno, e que ela parecia contente. Dos meus filhos que já cresceram. Das minhas meninas mais novas, ainda nervosas. Lembro-me de anoitecer. Do Afonso se despachar para ir para um concerto. De ter frio, de me taparem com capas, de ver as estrelas. Não dissemos grande coisa. Encostamos as cabeças e vimos as estrelas. Apontei para a ‘Concha’. Alguém especial disse-me que não era assim que se chamava. Lembro-me do Afonso voltar. Lembro-me de me encostar à minha Isabel e ao meu António. Lembro-me de dizer ao Afonso que tinha frio, e de pensar que seria a última vez que ele estaria num traçar. Lembro-me do quão chocados ficámos com a vitória do nosso grupo - a paralisia que veio com tal, ambos de boca aberta a um canto sem conseguir processar. Uma vitória inédita. Pensei o quão importante seria para eles, que nasceram no seio da família que são os Favaius, e foram os seus primeiros caloiros vencerem no seu ano de despedida. Quase chorei. A vitória não era bem minha, pois não nasci como eles cá - mas era. Senti-a na minha pele. Lembro-me que a Moderno, líder, deu cabo do pé. Servi de apoio durante algum tempo. Que já lhe tinha dito várias vezes o quão impecável tinha sido. Pedi que se sentasse na capa dela. Disse a alguém especial que ela era como o segundo Kinder Bueno que cai de uma máquina de vendas. Que me orgulhava e me revia nela. Que as pessoas se pertencem, mesmo que por sorte ou acaso. Por escolha, acima de tudo. Estava tão cansada. Estávamos tão cansadas. Disse que não tinha muito para dizer, pois é algo que se sente. Que nos compreendemos perfeitamente. Não podíamos chorar devido às lentes - então disse algo parvo e voltamos ao costume. Estamos na mesma frequência de rádio - falamos a mesma língua. Não me agradeças, por favor. Prazer é todo meu. A Matilde só chorava - não sei se alguma vez a vi chorar tanto. Querida. Querida. Vermelha e com o rosto encharcado parecia uma menina pequena, e não a mulher que é. Falei da Rita Duarte - tracei capas com o sangue falso dela. Que o percurso e caminho que tinha sido feito para pessoas como nós, teve de começar com quem veio antes. Tenho saudades da minha mãe. A Maria disse que eu era a fada madrinha dela. Que a queria por perto, e não fechada no mundo dela. Que a vida corre, e por muito menos doloroso que seja vivermos em clausura, que há tantas pessoas incríveis lá fora. Que a minha dedicação é às pessoas, e que compreendo que a dela seja diferente, mas que a queria perto de mim. O cansaço começou a atingir. Ela falou comigo. Pensei que era bonita, bonita, inteligente e querida. Gentil. Que iria fazer grandes coisas. Amorosa. A minha Francisca falou menos, mas chorou mais. Chorou o tempo todo, com muitas lágrimas e pouco som. Disse-lhe que ainda tinha tempo de descobrir a que se dedicar. Mas que para isso tinha de viver também - que é o oposto da irmã dela. Que queria ver tudo - o que ela iria ser, quem iria ser. Disse-lhe que não era suposto eu ser mãe de novo, que continuei presente por ela. Disse-me que gostava mesmo muito de mim. Não conseguia manter os olhos abertos. Passei mais de 12 horas com lentes, com fome, sono, frio e todas as emoções negativo-positivas. Não conseguia ver a capa que traçava. Fiz mal. Já não me aguentava em pé. Pedi desculpa, pedi desculpa. Atrasos académicos e toda a gente querer discursar, e são 3 da manhã e há limites físicos humanos. Esse foi o meu. Sentei-me, e desatei a chorar - queria ir para casa. Queria conforto de cama e de alguém à minha espera. A Sofia Tello Barradas, amor da minha vida, disse que me confortava e agarrou em mim enquanto esperávamos pela nossa afilhada. Regressei com a Mariana Alves e a Concha. A Concha desejou-me ‘sonhos cor-de-rosa’. Destrajei-me, atirei tudo para o canto como uma protagonista de filme pretensioso a enlouquecer, e enfiei-me na minha cama apertada. Falei com o Afonso - claro que falei. Eu e ele somos um duo. Ele despediu-se com um beijo grande e um abraço, e as coisas melhoraram. Chorei de exaustão. Chorei por não conseguir dormir. Chorei porque o meu corpo gritava comigo, de como pude ficar tanto tempo. Adormeci. Acordei de manhã, e recebi a minha Gi, sem voz. Fiz um chá que me ofereceram com mel à minha filha e parceira de Coordenação. Sobrevivi. Voltei a ser mãe.
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