Só quem é de cá entende
O que é viver neste Alentejo
Tão pacífico, como quente
Mas também sempre em festejo.
Desde que fui para além do Tejo
Só penso em regressar
A casa, ao meu rico Alentejo
Será para sempre o meu lar.
As searas que transbordam saudade
Abanam levemente com o vento
Amarelas, da cor da tarde
Choram comigo por este lamento.
Espero um dia poder voltar
Dançar nos bailaricos de S. João
Com uma palha por trás d’orelha
E um copo de vinho na mão.
As casas brancas das vilas
A pele queimada dos pastores
Os jovens que passam com as mochilas
Dão malmequeres aos seus amores.
Vou comprar já o bilhete
Não consigo mais esperar
Irei no comboio das sete
Para o calor não apanhar.
Ao passar pela ponte da capital
Imagino os montes e as serras
Que miragem mais divinal
Vou finalmente regressar às minhas terras.
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