Corpos celestes em retrógado
- Lara Cândido
- 2 days ago
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O luar vai queimando, fotão a fotão,
O nosso mapa astral quimérico,
Enquanto me desespero na espera
Nos teus olhos estrelados da reflexão
Do meu ser, e que num ato profético
Desenterres o obscuro da cratera
Críptica que é o teu coração.
Eu já desenterrei o meu.
Sempre abri o meu coração às estrelas,
Quando o sentia a transbordar nebulosas
Por ti; ou quando a imensidão das poeiras
O comprimia em entropias perigosas,
À procura do teu ângulo na trajetória.
Oh!; que tivesse consanguínea a adivinhação
Estrelar de Galileu, para me retirar daqui.
Oh!; fatídica fantasia que por translação
Nos concebeu nesta espiral, sem fim,
Cosmicamente destinada à perdição.
Eu à tua procura; tu a fugir.

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