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Debaixo de água

Quero gritar. Quero bracejar.

A ansiedade asfixia-me.

Os pulmões enchem-se-me de água.

Olho em volta: escuridão.

Além: um sol cada vez mais distante e distante..

Porque é que me sinto tranquila, se me estou a afogar?

Sorvo a água, involuntariamente (ou voluntariamente?), 

Muda. Inábil. Inerte.

Uma confusão de membros paralisados, 

intenções estáticas e pensamentos aflitos.

De repente, os sentidos de uma vida real 

puxam-me de volta à superfície.

Mas, não volto intacta, não.

A cada minuto passado no fundo deste 

oceano de aflição e angústia e mágoa, mais 

uma parte de mim pretende morrer 

afogada, procurando descanso e 

serenidade nas suas águas profundas e azuis.


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