Me abstive da palavra,
Censurei-a mais que um regime fascista,
Mergulhei-me na espera do tremendo (im)possível, sim, irá acontecer!
Reprimi-la tornou-se a solução temporária para uma mísera esperança.
Ser suficiente—ou sentir-se—é a maior dificuldade do homem humilde que caminha assustado, que pula e anseia a qualquer surpresa, que se reduz, na medida do possível, para agora Ser.
Ser o quê afinal? Para quem?
O quão paralelo é inegavelmente Sermos Seres insignificantes em busca da supra-significância? Na universidade, no ciclo-social, no hospital, no espelho, no âmago….
Um dos maiores prazeres é a experiência vívida da inevitável insignificância objetiva do Ser. Notamos o alheio, a externalidade do universo particular; quem São estes? O que comem? Acha que possuem angústias? Também falham consecutivamente? Sabem o que é serenidade em um mundo de ratoeiras?
Não se sabe, não sei.
Será que a todas as respostas no fundo estou a perguntar-me o que não tenho coragem de dizer à luz do dia? O que Sou aos seus olhos? O que és nos meus?
O pedaço que falta em mim é reconhecer que nadamos na insignificância objetiva de viver à beira da morte; a vastidão, que nos intimida, que nos conforta, que nos elucida, que nos dá paz na busca da liberdade de só Ser, enquanto há o tempo.
Porque raios nunca penso em ir à procura da liberdade? Quantas jaulas crio assim que liberto-me de outra?
Deparando-me com a substância do meu Ser, molho minha camisa de lágrimas e questiono-me: o que seria da vida se só fôssemos?
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