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Carolina Correia

Poemas dos Espinhos do Amor - Parte III


“Querer ficar”


Fugir é mais fácil que ficar. 


As vozes à nossa volta ecoam 

Como pedras atiradas a um lago.

Por vezes o ruído do mundo 

É demasiado e tenta sobrepor-se. 


Mas quando me abraças,

Quando te olho nos olhos…

As vozes desaparecem, 

O ruído dissipa-se devagar. 


De repente estamos sós,

Mesmo numa sala cheia. 

A única voz que oiço é a tua,

E é a única que quero ouvir. 


Fugir é mais fácil que ficar,

Calar é mais fácil que falar. 

Mas se o lago fores tu,

Eu escolho mergulhar. 


Porque ficar é mais bonito que fugir. 



“Falam-me em borboletas”


Falam-me em borboletas,

Mas acho que elas são overrated.

Contigo sinto-me segura,

Não preciso de asas para voar.


Sim, as borboletas são bonitas,

Mas não são segurança.

E segurança é o que me dás,

Mesmo que num só sorriso.


Sim, as borboletas são bonitas,

Mas não são felicidade.

E felicidade é o que eu sinto

Sempre que estou contigo. 


Sim, as borboletas são bonitas,

Mas não são casa. 

E casa é aquilo que sinto 

Dentro do teu abraço. 


Falam-me em borboletas. 

E as borboletas são bonitas. 

Mas são inquietude,

São incerteza e são medos.


Sim, borboletas são bonitas, 

Mas não são segurança.

Não são felicidade.

Não são casa.


Borboletas são bonitas. 

Mas não são tu. 



“As palavras do silêncio”


Dizes mais naquilo que calas,

Do que nas palavras que te falham.


Na verdade, as palavras

Nunca foram o nosso forte.

Pensamos tanto nelas que

Nenhuma parece ser a certa.


Por isso calamos.

Deixamos o silêncio falar 

E esperamos que chegue, 

Que fale mais alto. 


Hoje sei, que nada fala mais alto

Que as palavras do silêncio.

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