Através de ténues tonalidades,
E de pinceladas sublimes
Pinto o cúmulo das minhas saudades
Para que não desanime
Da tua ausência permanente.
Procuro retratar a tua audácia
Através das ondas perigosas
E a tua ternura
No céu pintado a azul-claro
Quando Olho para o céu,
Vejo um barco a rasgar o mar,
Sem estações intermediárias para parar,
Apenas deixando um traço contínuo branqueado como lembrança
Tu és o barco,
Passaste por muitos e muito,
Mas a viagem não para,
Não há tempo.
Uns ficam pelo caminho,
Outros encontrarás mais à frente,
E os poucos sortudos, confidentes,
Têm o prazer de ser a tua tripulação
Mas a verdade, árdua mas imutável
é: só tu podes ser o capitão da tua embarcação
As tuas vivências definem o teu rumo
Ou Viras para a esquerda ou para a direita
Porém, estás impedido de fazer a tão procurada marcha a trás
O impulso estático de relembrar,
A visão turva de eventos marcantes
A ânsia de viver no presente
Esmagada pelos sonhos idílicos do amanhã
Tu és como os outros,
Com um rumo diferente talvez,
Amigos presentes,
Mas sempre com o mesmo destino.
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